Imagem por: We Heart It |
E constantemente era assim, você no campo envolvido no jogo e eu na arquibancada concentrando boas energias, desejando sua vitória. Não que eu entendesse o que era um impedimento, pênalti ou zagueiro, mas de amor eu sempre entendi, principalmente desse, que foi o primeiro. Gol! Você pula, olha em meus olhos e faz um coração com as mãos, não tinha momento mais contagiante e era por isso que eu largava tudo, mesmo com tantos trabalhos para fazer o que me interessava mesmo, era torcer por você. Com a camisa suada, encharcado de orgulho, beijava-me, dizia-me o quão importante foi a minha participação naquela partida, como não delirar? Ser tiete de jogador de futebol, o desejo de toda guria. Eu não era só isso, significava muito mais, fui sua perna direita e, até hoje, não entendo como virei a bola deixada pra escanteio.
Foi naquele fatídico dia, o telefone tocou e relutei em acreditar, um time grande te queria. Eu fiquei tão feliz, mais do que devia. A mala era pequena para mim e seus sonhos grandes demais para nós dois. Permaneci ali, vendo-te partir junto com meu coração, era um barulho infernal de estilhaçamento, quebrando-me inteira por dentro.
Ficávamos deitados fitando o teto, eu narrando o jogo com deleite, prevendo como seria seu desempenho, tendo a certeza de que você chegaria longe, garoto de sucesso, e foi, pra bem longe daqui. Sem nem pensar duas vezes, porque maria chuteira a gente encontra em qualquer lugar. Se eu tivesse escutado quando me alertaram, prestado atenção nos sinais que me dava quando tentava incluir-me em seus planos, aquela falha na sua expressão dizia que amores vêm e vão, talvez agora eu conseguisse assistir a copa até o fim.
Não importou a quantos apitos finais sobrevivemos juntos, entre lágrimas e abraços, eu te confortando após as derrotas, xingando o juiz por tamanha injustiça, você não quis saber das nossas histórias, mostrou-me o cartão vermelho e passou pela porta. Ainda torço pelo seu êxito, esperando que sua carreira não seja interrompida por uma lesão, igual a essa que ficou em meu coração. Porque ao apaixonar-me por um jogador ninguém lembrou-me que, quando se trata de amor e futebol, independentemente do lance, você sofre com a perda.
Oi Danie, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei seu blog, e principalmente a forma com que você usufrui das palavras, uma leveza e simplicidade que dá vontade de ler todos seus textos de uma vez só.
Me indentifiquei muito com você, adoro ler livros sobre a adolescencia, quero ser jornalista...
Enfim, marquei seu blog como favorito em uma aba aqui no meu ''pc''. Para sempre que puder, darei uma olhadinha.
O meu blog é: http://myself-here1.blogspot.com.br/
Espero que goste, beijos e sucesso!
Oi Bárbara, muito obrigada pela atenção e carinho! Que bom que partilhamos dos mesmos gostos e interesses, vou seguir seu blog aqui pelo perfil para poder acompanhá-lo.Também desejo-lhe sucesso nessa caminhada, beijão!
ResponderExcluir"Porque ao apaixonar-me por um jogador ninguém lembrou-me que, quando se trata de amor e futebol, independentemente do lance, você sofre com a perda." Genial. Adorei a maneira que você escreve. Adorei o texto. E até me identifiquei um pouco com você ♥
ResponderExcluirhttp://novavelhahistoria.blogspot.com.br
Oi Thaynara, fico feliz que tenha gostado, obrigada pela atenção. Vou seguir seu blog aqui pelo perfil, beijos.
ResponderExcluirvirj tbm, mas vc escreve bem, gostei da metáfora...
ResponderExcluirGostei da ironia, obrigada.
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