quinta-feira, 24 de julho de 2014

Desamor

Livro: Eu Me Chamo Antônio
Tem tanta gente sofrendo por amor, não é mesmo? E eu me pergunto de quem é a culpa. Das mulheres, dos homens ou dos filmes românticos que mostram casais perfeitos? A cada cinco minutos uma publicação no Facebook sobre o desamor, o desapego, a desilusão. Duas mil curtidas, várias queixas e eu buscando descobrir como é possível que em um mundo, onde tantos queiram amar, não exista o tal sentimento, ou o companheiro ideal, ou a circunstância, apenas essas alternativas ao invés de todas elas.

Somente quem está disposto a encarar todas as faces do relacionamento deve envolver-se em um, mas ainda há pessoas que acreditam na probabilidade de ser completamente e constantemente feliz, como se ao lançar o dado, ele indicasse sempre o número seis, contemplando o jogador com a vitória já na primeira rodada. A graça do jogo está nas imprevisões, aqueles momentos em que se pede para voltar três casas, avançar duas, ficar de fora, eliminar um dos parceiros, não no final. Você tem que compreender isso para contentar-se. E embora nem todas as relações comecem com uma brincadeira, elas sempre têm pelo menos uma partida.

Pois eu digo que o amor é como resolver um exercício de matemática. Ao ver alguém solucionando-o parece simples, mas não adianta apenas a explicação, precisamos tentar esclarecê-lo e lidar com os erros para concluir a aprendizagem. Além disso, cada um tem a sua forma de instruir-se, seja através de fórmulas criadas por outrem, usando a lógica ou o método mais complicado. Alguns enrolam-se e desistem, os mais insistentes recomeçam, os racionais pensam, mas apenas os dedicados mantém o foco e concluem o objetivo.

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