quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ser Alguém

Eu não entendo qual a necessidade de tudo, ou na verdade todos, terem que ser especiais. Tudo bem que para você destacar-se nesse mar de lobos tem que saber fazer algo diferente, mas ainda defendo o direito de simplesmente ser alguém que faça várias coisas e siga sua vida assim, normalmente. 

Ser alguém que não sabe fazer malabarismo no trânsito, no entanto segura todas as decepções equilibradamente fazendo graça para que os outros não percebam. Ser alguém que não virou uma grande atriz aos quinze anos, mas desde os doze interpreta muito bem quando quer sair com as amigas.

Ser alguém que não viveu um grande amor, nem pequeno, porém consegue associar a palavra paixão a um monte de coisas do dia-a-dia, churros, por exemplo. Ser alguém que não é popular por aí, e ainda assim consegue conquistar amizades fazendo críticas com tom de ironia. Ser alguém que não é dotada de toda a beleza do mundo, mas adora fazer o possível para tornar o mundo das pessoas mais bonito. Ser alguém que não é determinada a ponto de mudar a própria vida, contudo vai deslizando pelos obstáculos e ensinando aos outros as lições aprendidas.

Ser alguém que não viajou na Europa, e sim nas músicas que ouve enquanto idealiza situações. Ser alguém que não compreende tudo o que sente, mesmo assim limita-se a chorar apenas duas noites na semana, que não sejam quando saem episódios novos de séries porque convenhamos, estas são a escapatória perfeita de qualquer realidade perturbada. Ser alguém que não esbanja simpatia aos quatro ventos, mas sabe dar um sorriso de canto de boca que é suficiente para bom entendedor.

Ser alguém que não escreveu uma saga, no entanto vive seu próprio livro onde cada dia é um capítulo, cada desilusão é uma vírgula (embora devesse ser ponto final), e são reticências as felicidades ou talvez dois pontos que não precisam de um aposto. Ser alguém que só quer ser quem é, deixando de lado todos os poréns. Porque como já dizia a Jenna em Awkward "Uma vida em que não se pode ser sincero sobre quem você é, é como criar um inferno e viver nele". Eu disse que séries são um ótimo subterfúgio.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Palavras


Um dia desses passei por algo intrigante. Sou uma pessoa que apesar de vivenciar situações do tipo cinematográficas sempre desvio delas com certa facilidade, e quando isso não acontece até agradeço, porque sei que em algum momento da vida precisaria aprender tal lição. Então, quando percebi que as pessoas ao meu redor estavam importando-se mais com o ocorrido do que eu, cheguei a uma conclusão. 

Uma das minhas citações favoritas resume facilmente o intuito deste texto. "Quanto mais você sabe quem você é e o que você quer, menos você permite que certas coisas te chateiem". Palavras causam estragos inimagináveis, interpretação errada também. Em discussões é comum que o estresse momentâneo desencadeie situações constrangedoras, no entanto, cabe a nós selecionarmos aquilo que condiz ou não com a nossa vida e personalidade. Em uma reflexão rápida você pode decidir se o que acabou de ouvir agrega algo aos seus valores, caso não lhe seja útil apenas lembre-se desse dito, prefira ser gentil do que estar certa, e concorde silenciosamente enquanto pensa no que vai comer no almoço. Nesse caso, aquela história de que quem cala consente não se aplica. Explicações excessivas são para aqueles sem autoconfiança suficiente, o silêncio é a melhor resposta para quem não a merece. 

Pessoas irritam-se facilmente, talvez estejam passando por um período difícil ou só não saibam lidar com as emoções, a questão é que nós nunca sabemos qual é a circunstância. Então relaxa, nem tudo precisa ser tempestade em copo d'água. E palavras são despejadas a toneladas, não as carregue por motivos frívolos. 

Sim, esse foi um texto clichê, cheio de coisas que todo mundo precisa aprender.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Um Beijo

Imagem por: Tumblr Gossip Girl Frases
Ela pensava apenas naquilo, o tempo todo imaginava como seria, lia revistas e ensaiava com gelo no copo, mas nada adiantava. Se um beijo fala mais que mil palavras então ela era muda, ou analfabeta, tanto faz. Só não sabia beijar e isso era um caos. Bobagem? Que nada, catorze anos, já havia passado da hora. Hora de que?

Tentou algumas vezes, mentira, foram só selinhos porque morria de vergonha de passar vergonha, que coisa mais estranha. O que importa é que ela queria, estava decidida a ir até o fim, sem virar o rosto ou dizer que precisava ir embora, ia aprender sim, e agora. 

Primeiro aceitou um convite, cinema no sábado, às dezoito horas. Depois a produção. Arrumou o cabelo, escolheu a roupa, a primeira que viu (após três horas vendo tudo o que tinha em seu guarda-roupa), não sabia de qual cor pintar as unhas, talvez vermelho para demonstrar ousadia ou rosa para aflorar sua delicadeza. Ah, que complicação, por fim escolheu as duas cores, uma em cada dedo. 

Estava atrasada porque o delineador borrou quando ela puxou um traço fino de gatinha e, ao tentar consertar, deixou a face toda preta de tinta. Dedicou mais alguns minutos à maquiagem, olhou seu reflexo no espelho uma última vez, respirou fundo, pegou a bolsa e partiu rumo ao Maravilhoso Mundo do Primeiro Beijo. Antes, só mais uma parada emergencial, foi ao mercadinho comprar Trident de menta. Agora sim, tudo certo. 

Chegou ao shopping às vinte horas, pois deixar o garoto esperando é uma espécie de charme, ou uma mistura de fatos desastrosos que acontecem nesses momentos especiais. Escolheram o que assistir e entraram na sala. A essa altura ela tinha esquecido como respirar, em compensação, o coração havia aprendido um ritmo diferente. Conversa descontraída, sobre os protagonistas, até o filme começar. Os pensamentos flutuavam, será que todos ali já sabiam beijar? 
  – Quer um chocolate? Dizem que acalma. – ele ofereceu. A garota sorriu e aceitou, tentou comer sem parecer exaltada. 

O final do filme estava próximo e a coragem não aparecia. Créditos finais e ela tremia. Decidiu acabar logo com isso, beijou-o. Rápido, não muito emocionante, nada cinematográfico e mais fácil do que o imaginado. Não sabia se estava feliz por ter conseguido, só pensava no que o menino estaria pensando. 

Foi embora com a cabeça nas nuvens, meio decepcionada por ter superestimado um momento tão simples. Depois de algum tempo, descobriu que não foi um completo desastre, o rapaz gostou e pediu bis. Também percebeu que o primeiro beijo não precisa ser definido como o momento em que se perde o BV, e sim quando realmente aprende-se a beijar. Isso aconteceu meses depois e, enfim, ela teve uma história maravilhosa para contar. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Desamor

Livro: Eu Me Chamo Antônio
Tem tanta gente sofrendo por amor, não é mesmo? E eu me pergunto de quem é a culpa. Das mulheres, dos homens ou dos filmes românticos que mostram casais perfeitos? A cada cinco minutos uma publicação no Facebook sobre o desamor, o desapego, a desilusão. Duas mil curtidas, várias queixas e eu buscando descobrir como é possível que em um mundo, onde tantos queiram amar, não exista o tal sentimento, ou o companheiro ideal, ou a circunstância, apenas essas alternativas ao invés de todas elas.

Somente quem está disposto a encarar todas as faces do relacionamento deve envolver-se em um, mas ainda há pessoas que acreditam na probabilidade de ser completamente e constantemente feliz, como se ao lançar o dado, ele indicasse sempre o número seis, contemplando o jogador com a vitória já na primeira rodada. A graça do jogo está nas imprevisões, aqueles momentos em que se pede para voltar três casas, avançar duas, ficar de fora, eliminar um dos parceiros, não no final. Você tem que compreender isso para contentar-se. E embora nem todas as relações comecem com uma brincadeira, elas sempre têm pelo menos uma partida.

Pois eu digo que o amor é como resolver um exercício de matemática. Ao ver alguém solucionando-o parece simples, mas não adianta apenas a explicação, precisamos tentar esclarecê-lo e lidar com os erros para concluir a aprendizagem. Além disso, cada um tem a sua forma de instruir-se, seja através de fórmulas criadas por outrem, usando a lógica ou o método mais complicado. Alguns enrolam-se e desistem, os mais insistentes recomeçam, os racionais pensam, mas apenas os dedicados mantém o foco e concluem o objetivo.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Absolvição

Eu me perdoo por todas as vezes que sofri pelas minhas próprias escolhas, sabendo que a gente aprende com os erros, e ainda assim fui incapaz de aceitar que nem sempre acertamos o alvo. Porque se a vida é feita de escolhas, eu sou feita de tropeços, de cada degrau que subi e de coisas que estão espalhadas por aí, aguardando serem desvendadas, pois ainda não me descobri. Esse é o objetivo, saber a razão de estar aqui e, por mais que eu busque, a resposta afasta-se, assim como as pessoas.

Eu me perdoo por esperar demais, em vez de correr atrás. Por achar que todos têm a obrigação de entender-me ou ajudar-me, e então, tempestuar quando não o fazem. Mostramos apenas o que queremos que os outros vejam de nós ou um pouco do incontrolável e, ao sermos criticados, frustramo-nos por desconsiderarem nosso interior. Mas quem saberia que ali dentro, naquele pedacinho estreito de alma, há algo para examinar. Você cogitaria? Temos a mania de palpitar sem viver, sendo que na teoria tudo é realizável e, na prática, só quem está na circunstância a compreende.

Eu me perdoo por querer estar incessantemente certa, ao invés de ser gentil, talvez seja só a vontade de que acreditem no potencial existente em mim, mesmo que eu desconfie. Ser quem imaginamos leva muito tempo, é melhor crer que estamos na metade do percurso, tentar tornar-se alguém equilibrado, e não ficar olhando pro passado, consertando os equívocos em meio a verdades tão desequilibradas.

Eu me perdoo por sonhar com você, com situações inusitadas, por sofrer antecipadamente e depois desfazer tudo, como se não fosse nada. Também desculpo-me por esquecer dos meus sonhos ou mudá-los a todo instante, por lembrar somente daqueles mais convenientes e convencer-me de que estou fazendo o possível para alcançá-los, quando, na verdade, estou lendo um livro que me ajuda a procrastinar, ignorar, planejar ou apenas sonhar.

E principalmente, eu me perdoo porque, em momento algum, nem com este texto, eu realmente consegui me perdoar.

domingo, 6 de julho de 2014

18 Coisas Para Se Fazer Antes Dos 18


Eu já havia mencionado o quanto adoro listas. Então resolvi montar esta com coisas para se fazer antes dos tão esperados 18 anos. Não que você não possa realizá-las depois, ou que seja necessário cumprir todos os itens como se fossem metas, é mais para se divertir em dias entediantes e aproveitar ao máximo esses momentos. 


1- Ler 18 livros

Eu já devo ter ultrapassado esse número. Mas ler vários livros é, e sempre será, muito bom!


2- Assistir 18 filmes favoritos

De preferência, nas férias de inverno.

3- Escrever 18 cartas


E entregar para todas as pessoas que você ama! Sim, ainda faço isso.


4- Tirar uma foto com os amigos e colocar "In this moment, I swear, We are infinite" na legenda


Só porque amo As Vantagens de Ser Invisível.


5- Fazer compras na Forever 21


E ter muitas roupas novas para usar no dia do aniversário.

6- Dividir um churros gigante com os amigos



E esquecer das calorias!

7- Apresentar uma coreografia sensacional

E gravar para guardar de lembrança.

8- Conhecer uma amiga virtual

Abraçar e tirar muitas selfies!

9- Cortar franjinha


Porque além de mudar o visual fica cute.

10- Tomar milk shake de 1 litro



Porque de 500 ml só serve para aguçar o paladar.


11- Fazer uma festa do pijama 

Com as melhores amigas!

12- Passear na Liberdade em São Paulo

E comprar muitos acessórios japoneses.

13- Interpretar uma cena de algum filme favorito

Só porque adoro High School Musical.

14- Viajar


Na expectativa, para algum lugar turístico distante, mas na realidade pode até ser para cidade vizinha. 

15- Acordar cedo no fim de semana para assistir desenhos


Daqueles que passavam na TV Globinho, só para matar as saudades da infância.

16- Fazer um ensaio fotográfico

Tudo pela diversão!

17- Fazer maratona de séries


E apaixonar-se novamente pelos personagens.

18- Participar de uma festa à fantasia



E escolher uma bem criativa!
E você? Quais destes itens gostaria de fazer antes dos 18 anos?

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Apito Final

Imagem por: We Heart It
E constantemente era assim, você no campo envolvido no jogo e eu na arquibancada concentrando boas energias, desejando sua vitória. Não que eu entendesse o que era um impedimento, pênalti ou zagueiro, mas de amor eu sempre entendi, principalmente desse, que foi o primeiro. Gol! Você pula, olha em meus olhos e faz um coração com as mãos, não tinha momento mais contagiante e era por isso que eu largava tudo, mesmo com tantos trabalhos para fazer o que me interessava mesmo, era torcer por você. Com a camisa suada, encharcado de orgulho, beijava-me, dizia-me o quão importante foi a minha participação naquela partida, como não delirar? Ser tiete de jogador de futebol, o desejo de toda guria. Eu não era só isso, significava muito mais, fui sua perna direita e, até hoje, não entendo como virei a bola deixada pra escanteio.

Foi naquele fatídico dia, o telefone tocou e relutei em acreditar, um time grande te queria. Eu fiquei tão feliz, mais do que devia. A mala era pequena para mim e seus sonhos grandes demais para nós dois. Permaneci ali, vendo-te partir junto com meu coração, era um barulho infernal de estilhaçamento, quebrando-me inteira por dentro.

Ficávamos deitados fitando o teto, eu narrando o jogo com deleite, prevendo como seria seu desempenho, tendo a certeza de que você chegaria longe, garoto de sucesso, e foi, pra bem longe daqui. Sem nem pensar duas vezes, porque maria chuteira a gente encontra em qualquer lugar. Se eu tivesse escutado quando me alertaram, prestado atenção nos sinais que me dava quando tentava incluir-me em seus planos, aquela falha na sua expressão dizia que amores vêm e vão, talvez agora eu conseguisse assistir a copa até o fim.

Não importou a quantos apitos finais sobrevivemos juntos, entre lágrimas e abraços, eu te confortando após as derrotas, xingando o juiz por tamanha injustiça, você não quis saber das nossas histórias, mostrou-me o cartão vermelho e passou pela porta. Ainda torço pelo seu êxito, esperando que sua carreira não seja interrompida por uma lesão, igual a essa que ficou em meu coração. Porque ao apaixonar-me por um jogador ninguém lembrou-me que, quando se trata de amor e futebol, independentemente do lance, você sofre com a perda.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Metades

Eu não gosto de metades, por isso te quis inteiramente. Não gosto de dividir, é egoísmo meu, mas isso sou capaz de assumir. Nunca gostei do 0,5, principalmente quando aparecia 1/2, contudo o que eu odiei profundamente foi quando você só entregou-se para mim nesse valor. Fiz de tudo para transformar essa simples fração num relacionamento cheio de multiplicações, e se hoje estamos afastados, rancorosos e desajustados é porque não sou de exatas, não consigo insistir em algo sabendo que não me levará a nada. 

Então foi assim o nosso fim. E agora estou aqui, cheia de ilusões que ninguém pode realizar, uma consequência de conviver contigo, já não sou um todo, estou dividida em meios, quartos, sextos ou oitavos, sendo que tudo o que quero é chegar na raiz da nossa equação. 

E foi assim que eu passei a odiar matemática, não gostar de metades, não pensar em ti. Do mesmo jeito que comecei a prezar-me mais e entregar-me menos. Acho que logo as coisas ajeitam-se, cada um toma seu rumo e o destino encarrega-se de resolver o que não consegui, porque numa divisão de pessoas diferentes, sempre sobra um tanto. O que sobrou de mim foi um amor, íntegro, para oferecer. O que ficou para você, eu não quero nem saber.  

Afinal, sempre fui de humanas o suficiente para entender o que W. Shakespeare escreveu: "Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto..." É, ainda bem que compreendi. 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Sobre Amores, Cores e Dores

Imagem por: We Heart It
É que na vida já passamos por tanta coisa, um clichê necessário, que se passássemos por tudo o que imaginamos seria mais coisa ainda. E como dizem que fazer algo nunca é tão bom quanto imaginá-lo... Isso não me impede de fazer, nem deveria impedir-lhe também.

Amor tem cor e dor, não foi só pra rimar, eu penso que no momento no qual nos apaixonamos tudo fica meio com jeito de arco-íris, como se realmente fosse possível encontrar o tal pote de ouro ao concretizar essa paixão. Quando é platônica dói e passa. Amores em geral doem, lidar consigo mesmo já é difícil, controlar e preservar sentimentos alheios então, parece-me impossível.

Prometeram-me um pôr-do-Sol, desses bem alaranjados, até que descobri não ser amor, e que promessas duram menos do que aquele momento de retirar a aliança. Isso não me desanimou, pelo contrário, eu quis viver ainda mais, saber como seria sentir. Esse texto é sobre isso.

Aventure-se, há tanto o que conhecer, no entanto, caso você desista a cada pedacinho partido do seu coração avermelhado nunca conseguirá reestruturá-lo, tornando-o saudável novamente. Relacionamentos são assim mesmo, consequentes e inconsequentes. E a vida, ah, não tenha medo dela. Encare-a, com seu melhor sorriso, a mesma sorrirá para ti.

Conheço gente tão medrosa que me sinto, por vezes, Dom Quixote. Para isso tenho uma receita: Chá dos Cinco Segundos. Tome-o porque, quando a coragem vem, fica pouquíssimo tempo, não dá pra bobear, tem que agir e não pensar. As consequências vêm depois, contudo asseguro-lhe que arrependimento raramente é uma delas. Agora faço tudo quando dá na telha. Há quem ache falta de juízo, mas tudo bem, ainda não nasceram todos os meus dentes do siso, aliás se algum deles fosse útil não teria que extraí-los. Já decidi, não preciso de juízo. Minha necessidade mesmo é tempo para aproveitar, ou só meus cinco segundos.

Dor de amor não é tão ruim, parece que durará para sempre e, de repente, faz um bem danado quando passa. Em um musical que assisti o ator dizia: "É melhor viver uma história de amor infeliz do que não ter nada pra contar". Eu concordo, mas sou suspeita pra falar, porque gosto de histórias com as quais posso aprender.

Então diga-me você: pra que tanto medo de viver?

domingo, 11 de maio de 2014

Recomeço

Imagem por: We Heart It
Então é isso, nenhuma história é tão ruim que não se possa recomeçar. Você pode ficar aí sofrendo ou pode reinventar-se, descobrir aquilo que te faz feliz e viver uma vida baseada nisso.

Eu costumo fazer listas, esses dias fiz uma de dezoito coisas para se fazer antes dos 18, talvez a publique aqui, são coisas simples que qualquer um deve aventurar-se a cumprir. Falando em felicidade, como não lembrar dos amigos? Mantenha-os sempre por perto, qualquer um que tenha amigos é capaz de recomeçar. Eles nos fazem acreditar que tudo tem uma solução simples, e caso complique você sai e se diverte, depois volta pra realidade sentindo aquele gostinho de esperança na ponta da língua querendo sair e resolver tudo de uma só vez.

Pronto, encontrei a felicidade. Tem gente que a procura tão profundamente que acaba ficando por lá mesmo, no subterrâneo, esquece-se de ser feliz.

E se pararmos de fazer tempestade em copo d'água? Chorarmos menos pelo leite derramado? Ah, mas que deslumbre, aí sim recomeça-se a viver. A adolescência é bipolar, pode ser a melhor e a pior fase da sua vida, tudo ao mesmo tempo. É isso que me encanta, a mudança de roteiro, quem gosta de ser sempre a mesma coisa? O pior é quando tudo para, aliás, li sobre isso ontem, dizia o trecho "Viver tem dessas coisas: de vez em quando se fica a zero. E tudo isso é por enquanto. Enquanto se vive." Não costumo ler Clarice Lispector, mas um amigo recomendou e encontrei-me na citação. Ah, as amizades, era disso que eu estava falando, como um livro recomendado pode te reinventar.

Então é isso, toda história é boa o suficiente para ser reescrita. Pensei no título antes de escrever o texto. Hoje eu estou assim, afim de um recomeço.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Insegurança

Eu resolvi mudar. Na verdade, isso eu sempre resolvo, mas agora tenho bons motivos para isso ou estou praticamente me obrigando para não lamentar tudo aquilo que não deu certo. Já percebi que não consigo não planejar as coisas, simplesmente deixar acontecer, isso não é comigo. Eu gosto mesmo é de ficar horas imaginando como vai acontecer (nunca sucede assim), me concentrar em cada detalhe e pensar que é possível o universo conspirar a meu favor.
Parece que nesse ano tudo está acontecendo da forma mais difícil, o que me deixa insegura porque dessa vez eu realmente precisava que meus planos dessem certo. Acho que meu futuro depende disso. Você já se sentiu impotente? Como se tudo o que você fizesse não resultasse em nada, como se você tivesse milhares de coisas para fazer mas não pudesse porque ainda não é capaz de fazê-las, ou acredita que não é capaz. Agora eu me sinto assim o tempo todo, eu planejei, porém não sinto-me apta a seguir os planos. E é tão injusto que você precise decidir seu futuro ou pelo menos entregar um rascunho dele agora, em plena adolescência, como se tudo já não fosse confuso o suficiente.
Você precisa se dedicar a seguir os planos, mas se algum deles dá errado é necessário criar um novo caminho, e quando você percebe já tem vários caminhos para seguir e nenhuma certeza de para onde ir, apenas medo e confusão. Então você desiste ou entra num processo de estagnação, onde promete para si mesmo que depois decide o que fazer, adia toda a angústia e todas as possíveis respostas para os problemas que tem que enfrentar. Onde está a coragem que precisamos? Eu a procuro todos os dias, seja em frases, músicas ou filmes, eu tento acreditar que essa é uma fase que como todas as outras vai passar e deixar um aprendizado. Mas não consigo ver a luz no fim do túnel, tudo o que vejo é um labirinto onde todas as respostas que encontro me levam a outras perguntas.
Um ano de mudanças, expectativas e frustração. O último ano no ensino médio, o que deveria ser o melhor da minha vida e até agora eu estou procurando a parte boa dele, claro que há momentos de diversão, entretanto estes nem se comparam a todas as horas que passo insegura. Ele está passando depressa enquanto minha metamorfose chega devagar. Mesmo que você pense em desistir, os seus sonhos são mais fortes. Utilize-os para conseguir levantar da cama todos os dias quando, na verdade, o que você mais quer é se encolher até desaparecer. Deixe teus sonhos guiarem o caminho e se ao fim do trajeto você não chegar onde queria, sempre é possível recomeçar.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Você

É engraçado ler um texto que fiz e me inspirar em minhas próprias palavras, como se eu fosse uma pessoa diferente que consegue prever as turbulências pelas quais vou passar. Eu pensei que já tivesse encerrado esse assunto, que fosse simples ignorar meus sentimentos e ser quem eu quero me tornar, mas quando penso em desistir surge uma música, uma frase, uma cena que me faz seguir em frente. O pior é que eu acredito nesses sinais porque quero ter algo em que me prender, além das lembranças que não me deixam em paz, e agora que me arrependi, o que acontece? Não é como se eu pudesse lhe dizer isso e recomeçar nossa história de onde paramos, como se você se importasse comigo, parecia ser tão real e eu nunca percebi o quanto era completa naqueles momentos. Queria ser corajosa o suficiente para admitir meus sentimentos sem ser afetada pela sua resposta, já cansei de ter tantas personalidades e não me reconhecer entre elas.
Talvez seja só sentimentalismo barato, só não sei o que fazer, se você pudesse ler isso e entender. Por que é mais fácil dar conselhos do que segui-los? Aliás, colocar em prática teorias de filmes sobre amor é mais complicado ainda, eles nos fazem acreditar que existe uma fórmula para que tudo dê certo, mas no final há sempre uma contradição que te deixa em dúvida ou esperançosa demais.
A dica é não imaginar que você seja uma pessoa totalmente diferente, dessas que não passam por essa fase, e sim aceitar que estamos em constante mudança. Se eu tivesse considerado essa hipótese, hoje esse texto não seria necessário, ou talvez fosse muito pior porque não tem como saber se você desistiria de tudo antes de mim, eu gostaria de ter tentado por mais tempo, ou de ter aprendido o momento certo de desistir, no caso, agora. Também já cansei desses jogos de interesse, sim, esses em que quando um quer o outro não colabora e vice-versa, podia ser mais simples, você não acha? Já me sinto fútil por estar escrevendo isso, e um tanto quanto culpada por estar deixando minhas metas de lado, tudo bem, eu jurei que não faria metas, sou péssima nisso.
Fugi e aqui estou, me odiando por ter escrito dessa forma e por ouvir músicas que me inspiram, mas não deveriam. Eu prometi que te esqueceria, quanto tempo leva para uma pessoa aprender a se expressar em vez de ignorar o que sente? Espero que não muito.
"Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer, eu nunca admiti que me importava com você, agora tanto faz não quero mais me esconder. Estou falando na sua frente que eu te odeio, por gostar tanto assim de você"